UFSC bem acima das diferenças
Hamilton Savi, pró-reitor de Extensão da UFSC nos anos 80, vivia a inquietação de uma universidade essencialmente participativa
O telefone do gabinete toca e o reitor Ernani Bayer atende: “Pois não”.
– Savi? Poxa, estou te procurando desde cedo!
– Ernani, estou em Seara, aqui no Oeste.
– O que estás fazendo aí?
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– Pois é, li no jornal que a Universidade de Washington estava querendo comprar o maior museu de insetos da América Latina, que o pesquisador Fritz Plaumann construiu aqui em Seara. Mas já resolvi. Comprei o Museu para a UFSC.
– O quê? E quem vai pagar?
– Ernani, a gente dá um jeito!
Hamilton Savi, pró-reitor de Extensão da UFSC nos anos 80, vivia a inquietação de uma universidade essencialmente participativa. E a prefeitura de Seara acabou assumindo o Museu, uma das grandes atrações do Oeste catarinense.
Além disso, ao longo dos seus 62 anos, a UFSC restaurou casas centenárias de Laguna e afortaleza da Ilha de Anhatomirim; plantou a semente da transformação de Floripa em um dos mais avançados polos tecnológicos do Brasil; construiu o Hospital Universitário; desenvolveu e aplicou estudos sobre a maricultura, o meio ambiente, a arquitetura urbana e tantos outros,interiorizou-se,enfim, é uma universidade participativa.
Contudo, no choque de opiniões na internet e veículos de comunicação de massa, sobram tentativas de enegrecer a imagem da instituição, que está entre as melhores do país. A UFSC sabe conviver com as diferenças de pensamento, até porque, para uma universidade de qualidade, é importante sustentação da democracia.
Assim, em respeito a dezenas de professores que ajudaram a construir a UFSC, a começar por João David Ferreira Lima, e aos milhares de estudantes e funcionários, os críticos deveriam contribuir para o seu aprimoramento, e não arrotar agressões verbais. A UFSC é um ambiente democrático, do qual só se desvia quem tenta arranhar seu nome para subir no estrado da exibição.
Enquanto isso na praia da Cachoeira
– Venanço, tu estudou na UFSC?
– Eu não fiz faculdade, mas meus filhos e netos,sim. Fico triste quando vejo porradinhas na nossa Universidade. Ela faz parte da nossa vida.
– É mesmo, Venanço, tem gente que não sente ela, né?
– Lelo, não te preocupa não, essa gente não vai azedara nossa Universidade. É coisa do momento brasileiro.