Pagamos mesada para filhos de funcionários de estatais
Quando se fala em privilégios, o primeiro que vem a cabeça é o Congresso seguido de perto pelo STF, mas tem também as estatais
Pois é, embora mantenham acionistas privados a competência das estatais é do governo, que detém a maior parcela de participação. São 46 de controle direto da União.

E o relatório de benefícios foi apresentado pela Secretaria Especial de Desestatização e Mercados. Claro que o interesse é conquistar o apoio da população com as privatizações, revelando os custos das estatais.
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Há privilégios em total descompasso com a realidade do país. Estabilidade no emprego, redução de jornada sem alterar o salário, adicional de férias de até 100% e progressão de carreira quando ocorre aposentadoria.
É um paraíso. Por exemplo, na Petrobrás não pode ser dispensado sem justa causa nenhum funcionário até 2022.
Tem estatal pagando a ajuda de custo para dependentes de empregados. A Eletrobrás paga R$ 575 para cada filho de funcionário até 17 anos. No BNDES essa ajuda de custo é de R$ 1.262 para filhos de 17 anos e 11 meses.
Na Finep, além dos filhos de 17 anos, os de 18 a 23 anos também recebem, daí um pouco menos: R$ 326.
Ou seja, pagamos mesada para essa turma.
Eu me pergunto se a Reforma Tributária, colocada como prioritária pelos novos presidentes da Câmara e do Senado, terá algum item de redução de impostos, que carregamos nas costas bancando essas regalias que não passam de deboche, como lagostas, vinhos e verbas estratosféricas.
E o governo percebeu que há uma repulsa da sociedade contra essas benesses, por isso revelou esses custos buscando sintonia a favor das privatizações.