Nesse fim de semana tem mais uma etapa do Campeonato Estadual de Remo.
Contratado para Série B, Ximenes fala sobre início de trabalho no Fluminense
Novo diretor executivo do Flu falou com exclusividade ao LANCE!Net sobre a negociação com o clube, função no tricolor, CT, mercado e planos após manutenção na Séria A
Mudar o foco do trabalho antes mesmo de assinar de contrato. Foi assim o início de trabalho de Felipe Ximenes como diretor executivo do Fluminense. Apresentado no início do ano, ele admite que estava pronto para iniciar um trabalho de reconstrução na Série B.
– Foi um contato na segunda-feira (dia 9 de dezembro) pós-queda. Em 24 horas tudo mudou e o Fluminense ficou na Série A. Começamos uma conversa de reestruturação de acesso para a elite e de repente estourou a questão dos tribunais. Isso até atrasou meu anúncio oficial. Costumo dizer que sou uma prova viva de que o Flu não teve participação em relação a isso. Fui convidado para trabalhar na Série B – contou, em entrevista ao LANCE!Net, no saguão do Hotel Portobello, em Mangaratiba, local da pré-temporada.
Felipe acredita também que, caso o Fluminense fosse jogar a Série B, o desafio seria igual.
– O desafio não é maior nem menor. É diferente. O processo é diferente. Isso não é mais difícil ou menos difícil. O que muda são as estratégias – explicou.
Confira a íntegra da entrevista do dirigente tricolor:
Como encara o desafio em estar no Fluminense após 2013 ruim do clube?
O desafio inicial já é substituir um ícone da direção executiva, o Rodrigo Caetano. É grande, mas ao mesmo tempo tem o lado positivo que você vai encontrar muito trabalho desenvolvido. Acho que em qualquer clube grande a busca é sempre de organização, estruturação e conquista de títulos.
Qual o papel que você exerce no Fluminense?
Penso em questão de montagem de elenco e contratação, isso vem sendo distorcido dentro da função. O próprio nome já diz que o diretor executivo executa estratégias definidas pela diretora. No caso de montagem de elenco, cabe ao diretor executar estratégia definida por esse grupo de pessoas e profissionais, com funções definidas. Além disso, o processo de gestão de toda a equipe que trabalha no futebol.
Mudaram muito os planos com a manutenção na Série A?
Lógico que mudamos. O grande público pensa que é só em contratação. Mas existe planejamento financeiro, logística… Na Série B você viaja muito mais e isso altera muito. A grande maioria só pensa que planejamento é contratar e demitir jogadores. É muito mais amplo.
Viu muitas mudanças no Flu da suas outras passagens – em 2006 e 2009 – para hoje em dia?
Mudou muito e me dá muita alegria de encontrar um clube diferente do que vi naqueles anos. O clube tem que evoluir. Se não mudasse teria parado no tempo. Vi um clube mais organizado e estruturado.
Como está o processo de construção do centro de treinamento? Você está participando das discussões no clube?
Não cheguei para administrar o futebol. O Flu tem uma escala hierárquica muito clara. Tem patrocinador forte, com uma participação importante. A direção executiva precisa se integrar neste processo e executar as estratégias. Tenho falado sobre CT, vejo o Peter muito empolgado com isso e trabalhando duro. Acredito que possa contribuir. Vejo o Flu sentindo a necessidade da construção do CT. Essa vontade não é menor do que na outra passagem que tive. Vejo que as ações hoje são mais efetivas. Acredito que o sonho será realizado.
O mercado brasileiro está muito inflacionado, dificultando as negociações?
Em todas as conversas que tenho com Renato e com a diretoria, falamos da situação do mercado. É importante colocar que sou um operador do mercado. Saio para negociar. Uma palavra de um diretor executivo, às vezes, aumenta o custo de uma operação. O silêncio pode reduzir. Imaginem o que é você sendo um lateral e ouvir o diretor falando que vem outro. Quando o atleta vê uma notícia dessas, atrapalha.