‘Emoção era sentir a torcida vibrando’, lembra torcedor que rezava pela Chape na Arena
Pelé se tornou conhecido pela torcida por caminhar pelo gramado da Arena Condá com uma santa nos braços antes dos jogadores entrarem em campo
Duzentos e vinte e quatro mil habitantes fazem de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, uma cidade diferenciada pela alegria, empatia e vibração de seu povo.
Na maior cidade da região, torcer pela ACF (Associação Chapecoense de Futebol) já é tradição e até mesmo quem é de fora se contagia por esta paixão. No dia que o município comemora 104 anos de história, o ND+ conta a história de uma figura emblemática para a cidade.

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Um destes torcedores se destaca por seu amor incondicional não apenas ao time, mas também à Nossa Senhora Aparecida. Jair da Silva, de 68 anos, ou simplesmente Pelé, como é carinhosamente conhecido, ficou famoso por realizar preces minutos antes dos jogadores da Chapecoense pisarem no gramado da Arena Condá.
O ritual era comum em 2009, ano em que a Arena Condá foi inaugurada. Na época, o aposentado costumava estender a bandeira da Chapecoense sob o gramado e, com muita fé, posicionar a estátua da santa para rezar pelo time. “A minha emoção era sentir a torcida vibrando ao me ver rezar. A Nossa Senhora Aparecida é forte e sempre atendeu as minhas preces”, assegura.

Os anos passaram e devido às novas regras da administração do time, Pelé não pôde mais pisar no gramado. Apesar disso, seu amor ao Verdão continua com a mesma intensidade. “Eu não perco um jogo pela televisão e a cada um deles a minha santa me acompanha. O ritual agora é feito em casa”, conta.
Loucuras pelo Verdão
Sua paixão pelo time fez com que Pelé conquistasse vários amigos. Alguns deles o presenteiam até hoje com ingressos para assistir aos jogos na Arena Condá. Foi desta maneira que o torcedor adquiriu uma coleção de camisas da Chapecoense. “Até hoje eu nunca comprei uma camisa do time. Ganhei todas de presente”, diz o colecionador, que já contabiliza mais de 30 delas.
Entre as maiores loucuras que já cometeu pela Chapecoense, uma delas é inesquecível. “Teve uma vez que eu entrei no gramado dentro de um caixão. Era uma brincadeira para provocar o time adversário”, lembra.
Embora seja natural de Gramado (RS), Pelé se sente um verdadeiro chapecoense. Ele acredita que seu amor ao município, que hoje completa 104 anos, seja fruto da capacidade que o povo tem de superar obstáculos e se reerguer mesmo diante das dificuldades.
“Em Chapecó eu aprendi a nunca desistir e a sempre ter fé de que momentos melhores virão. Isso vale para o time e para a vida. Sou grato a esta cidade e a este povo guerreiro”, finaliza o torcedor.