Ex-atacante do JEC descobre câncer sem tratamento no SUS e faz campanha para arrecadar recursos
Jogador é joinvilense, tem 30 anos e descobriu melanoma metastático há cerca de um mês
“Eu queria fazer o tratamento o mais rápido possível, é a minha vida que está em jogo”. A frase é dura e dita por um jogador de 30 anos. Joinvilense, criado na base do JEC e com história com a camisa tricolor, Aldair é conhecido, reconhecido e querido pela torcida. Foi ele que marcou os emblemáticos gols de número 3 mil e 3,5 mil do clube. Torcedor, ele disputou 97 jogos e marcou 19 gols com a camisa do JEC, mas agora, sua luta é fora de campo.
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Há cerca de um mês ele descobriu um melanoma metastático, câncer de pele que precisa de tratamento rápido, no entanto, que não é disponibilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Aldair completa 31 anos em novembro e a notícia dada em junho foi um baque para ele e toda a família.
“Foi um baque para mim, para minha família. Depois, no retorno médico, eu descobri que o remédio tem um custo alto e não é disponibilizado pelo SUS e foi outro baque. Demorei para absorver, mas agora estou melhor psicologicamente. O médico falou que eu preciso fazer o tratamento para ontem, aí a preocupação bate, mas estou com fé que vai dar tudo certo”, diz.
O tratamento, que precisa ser iniciado o mais rápido possível, é caro e, sem cobertura, a medida foi acionar a Defensoria Pública para tentar conseguir a medicação a partir de decisão judicial.
Aldair precisa de, pelo menos, quatro ciclos de tratamento e cada um deles custa cerca de R$ 60 mil. “Faz umas três semanas que iniciamos o processo com a Defensoria Pública, quando o SUS negar o valor desse remédio, a defensoria entra com a ação o quanto antes. Eles nos atenderam muito bem, vão brigar pela gente”, fala.
Enquanto isso, amigos e familiares incentivaram a criação de uma vaquinha solidária para arrecadação dos recursos. Além da medicação, o jogador que atualmente atua no futebol e futevôlei está impedido de trabalhar e, consequentemente, ficou sem renda. Medicação, alimentação regrada, deslocamento para consultas, exames, tudo precisa ser custeado pela família e, por isso, a arrecadação foi divulgada nas redes sociais na terça-feira (5).
“Estamos muito felizes com a mobilização do pessoal. Ontem eu estava chorando emocionado pelo carinho das pessoas. Recebi muitas mensagens e alguns dizendo: Alda, é pouco, mas é de coração. Não há pouco, uma oração, tudo é bem-vindo”, ressalta.
A decisão judicial pode demorar e, por isso, a arrecadação está sendo realizada. O próprio JEC divulgou a campanha nas redes sociais com os dados para contribuições.