Empresa volta a assegurar entrega do Contorno Viário em 2023
Prazo para conclusão da obra que se arrasta há anos foi mais uma vez confirmado pela Arteris Litoral Sul; dessa vez a garantia foi dada ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas
O prazo para entrega do Contorno Viário da região da Grande Florianópolis, classificada pelo próprio ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, como a maior obra rodoviária em andamento no Brasil neste momento, continua sendo dezembro de 2023.

A informação foi confirmada pelo superintendente de Engenharia da Arteris Litoral Sul, Marcelo Módolo, ontem, ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. O complexo empreendimento – no qual já foi investido R$ 1,65 bilhão, tinha prazo inicial de entrega em 2012, mas passou por sucessivos atrasos e aportes de recursos -, promete desafogar o trânsito na BR-101, mas só será entregue quando todos os trechos forem concluídos.
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O ministro ainda aproveitou para verificar como está o andamento dos trabalhos no trecho de Palhoça, na Grande Florianópolis, e detonou rochas do primeiro túnel, no trecho mais incipiente da obra. Dos quatro túneis duplos distribuídos pelos 50 km do contorno, este é o segundo a passar por detonação.
Esta é a segunda visita de Freitas ao canteiro de obras do contorno. A primeira vez foi em 2019. Ele estava acompanhado da vice-governadora, Daniela Reinehr (sem partido), e dos senadores Esperidião Amin (PP) e Dário Berger (MDB). Ele ficou impressionado com o avanço.
“Naquela época, ainda tinha discussão regulatória e contratual para vencer. O ramo norte estava em avanço, mas faltava chegar num acordo de valores no ramo sul. Isso foi enfrentado”, observa.
O Contorno Viário é visto como uma solução para desafogar o trânsito na BR-101. Estima-se que hoje o tempo médio para percorrer o corredor entre Palhoça e Biguaçu é de 1h22. Com a nova rota, deve diminuir para 38 minutos.

Última barreira “vencida”
O local onde o túnel foi detonado faz parte do trecho Sul do empreendimento. É a mais incipiente das três áreas, e também onde as obras começaram mais tarde – o projeto foi aprovado em dezembro do ano passado, as empresas foram contratadas no mês seguinte e as obras, de fato, começaram em fevereiro.
Apenas 5% do projeto já foi efetivado nesta região, que conta com três túneis e ainda não foi pavimentado. Nos outros dois ramos, intermediário e norte (que corta os municípios de Biguaçu e São José, respectivamente), o avanço já é de 71%, estima o superintendente da Arteris, Marcelo Módolo.
As principais áreas que impediam o avanço do projeto já foram desapropriadas. “Tivemos na semana passada a liberação da última área importante, ela permitirá o início da construção do trevo da BR-101/Sul, em Palhoça. Agora está pendente apenas áreas menos importantes, nas laterais”, detalha Módolo.
Até então, 11 km do trecho foi pavimentado (22% do total) e quatro das sete pontes dupla foram construídas. A obra envolve mais de 2.800 trabalhadores.
BR-470 é a prioridade, diz ministro
Apesar de entender a importância do contorno para dar vazão ao fluxo na BR-101, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas enfatizou que a continuidade da duplicação da BR-470 é uma das prioridades de sua gestão, e que há dinheiro assegurado. Freitas reconhece a importância da 470 como rodovia estratégica para escoamento dos produtos agropecuários das regiões Oeste e do Planalto ao litoral.

A rodovia havia sido mencionada em um ofício encaminhado na terça-feira (22) pela pasta ao Ministério da Economia. O Ministério da Infraestrutura solicitava um aporte de R$ 2,4 bilhões para evitar a interrupção de obras em rodovias federais. Entre os cinco exemplos citados, estava a BR-470, que contempla 73,18 quilômetros, divididos em quatro lotes.
“Nós temos os quatro lotes contratados, o que falta para a obra é recurso. Devemos disponibilizar R$ 200 milhões para o Estado, e a obra da BR-470 vai ser prioridade. Assim será possível acelerar o processo”, ressalta. Ele destacou que o governo conta com todas as condições para terminar o lote 1 e 2 até o primeiro semestre do ano que vem, e também avançar nos lotes 3 e 4. Entre obras que também receberão aporte federal está a Serra da Rocinha, no Sul de Santa Catarina, que recebeu R$ 15 milhões.
O ministro citou também a situação precária das BR-282 e BR-163. Para contornar os problemas é necessário a realização de leilões, acredita. A pasta estrutura programa de concessão tantos das rodovias federais como das estaduais.
A estratégia das concessões ao setor privado também é a raiz dos projetos destinados aos portos e ferrovias. O primeiro leilão de desestatização portuária está previsto para ser realizado no fim do ano, e será a Companhia Docas do Espírito Santo, detalha o ministro. Entre os portos cujos os projetos estão em estágio avançado está o de Itajaí.