Segundo a Diretoria Municipal de Meio Ambiente, o lançamento do material já foi contido
Estiagem afeta abastecimento no Vale do Itajaí e agricultura contabiliza prejuízos
Situação é a mais grave desde 2006, afirmou o governo do Estado de Santa Catarina nesta quarta-feira (29)
A falta de chuva significativa nos últimos meses tem causado preocupação em Santa Catarina. Segundo anúncio do governo do Estado nesta quarta-feira (29), são ao menos 45 municípios em situação de emergência por causa da estiagem. Essa, inclusive, é considerada uma das mais severas desde 2006.
No Alto Vale do Itajaí, 17 dos 28 municípios, enfrentam dificuldades de abastecimento. Dona Emma é uma delas. A água chega às torneiras de quem está na região urbana, atendida pela Casan. Entretanto, quem mora na área rural depende de caminhões-pipa oferecidos pela prefeitura.
Agricultura prejudicada
A agricultura também sofre. Segundo o secretário Agnaldo de Souza, os poços e as lagoas secaram e agora se busca água no rio para levar aos produtores. Maquinário está sendo disponibilizados para abrir novos reservatórios e manter o abastecimento por mais tempo para o gado e as plantações.

É uma medida que ameniza a situação, mas não resolve. Da safrinha do milho, 70% não cresceu e o que vingou tem uma qualidade abaixo da esperada. Essa produção seria usada para alimentar o gado no inverno. Ou seja, deve impactar também a produção de leite.
A estimativa é de fique 30% abaixo do que em 2019, quando 3,6 milhões de litros foram comercializados pelos produtores de Dona Emma. A produção leiteira é a mais expressiva do setor rural do ponto de vista econômico para a cidade. No ano passado, movimentou R$ 4,4 milhões.
Além de provocar consequente queda na arrecadação do município, isso significa que o leite vai ficar mais caro nas prateleiras. “Ainda não é possível dizer de quanto deve ser esse aumento, mas com certeza terá impacto por causa dos insumos”, lamenta o secretário de Agricultura.
Com pouca água nos açudes, os peixes também estão morrendo.
“É rezar para chover e tentar dar auxílio à comunidade como podemos, nem que seja buscar água em outras cidades”, diz Agnaldo.

Imagem preocupante no Médio Vale do Itajaí
Na cidade de Indaial, fotos do rio Itajaí-Açu chamaram atenção ao longo dessa semana. O nível está dois metros abaixo do considerado normal. Ainda assim, a Casan garante que, neste momento, não há risco de a comunidade ficar sem abastecimento.
A maior preocupação é para quem vive nas regiões afastadas do Centro, onde os moradores usam poços artesianos ou fazem captação de outros mananciais. Nesses locais, a prefeitura já usa caminhões-pipa para manter o abastecimento às famílias.
“A situação é de atenção, mas estamos trabalhando em um plano de contingenciamento. Iniciamos uma campanha para que a comunidade reduza o consumo”, afirma o secretário de Meio Ambiente, Paulo Ledra.

Blumenau e Brusque dizem que ainda não estão enfrentamento problemas de abastecimento em virtude da estiagem. Porém, sem perspectivas de chuvas expressivas nos próximos dias, reiteraram a importância da moderação no consumo.
“Não é momento de lavar carros e calçadas”, pontou o Guto Reinert, diretor de Operações do Samae de Blumenau.
Reservatório no Centro de Ilhota
Na Foz do Rio Itajaí-Açu quem sofre com a estiagem é Ilhota. No dia 22 de abril a cidade decretou situação de emergência e no último sábado precisou instalar um reservatório na praça central da cidade.
Segundo a diretora do Samae, Mayra Miranda Rossetti, quando o nível do rio baixa muito a água do mar acaba sendo captada e essa apresentou nos últimos dias muita salinidade. A alternativa foi oferecer água potável através do reservatório, que tem capacidade para 20 mil litros.
Uma força-tarefa com caminhões-pipa foi montada. Tiravam água bruta da localidade do Bau, que é levada até a Estação de Tratamento (ETA) central, para ser misturada e tratada juntamente com a água captada do rio Itajaí-Açu, diminuindo a salinidade.
Nesta quinta-feira (30), Mayra diz que a situação foi normalizada, mas por precaução a estrutura no Centro de Ilhota segue ativa. É que se o nível do rio seguir muito baixo, o problema volta a se repetir.
