Poda, adubação e troca de escoras: saiba como ficará a figueira da praça 15 de Florianópolis
Sem um trabalho profundo de revitalização desde 2014, a figueira da praça 15 de Novembro, em Florianópolis, carece de cuidados e eles devem começar ainda em 2022
Ela já chegou aos 150 anos e, aos 20, foi replantada em seu atual endereço: a praça 15 de Novembro de Florianópolis. Vistosa, frondosa, majestosa, a velha figueira da Capital não recebe uma revitalização mais profunda há quase uma década. A última foi em 2014.
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Mas, segundo a Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), ainda neste ano, o trabalho será iniciado. A intenção é podar, adubar, trocar as escoras e nutrir a centenária figueira.
Conforme a superintendente da Floram, Beatriz Kowalski, o órgão também está verificando a necessidade de uma avaliação para saber como está a saúde da árvore:
“Em 2014, houve um diagnóstico completo e um trabalho bem bacana. Naquela época, realmente foi dado um cuidado grande, inclusive com a troca das escoras e algumas podas. De lá para cá, sempre fizemos o manejo. Quando tem algum galho mais proeminente, podamos”.
A ideia da nova intervenção na figueira surgiu no âmbito do grupo de trabalho de revitalização de espaços públicos e meio ambiente da associação FloripAmanhã.

“A figueira, até pela idade, realmente está precisando desse nosso cuidado”, admitiu Beatriz. O grupo de trabalho, segundo ela, faz reuniões mensais e, às vezes, quinzenais: “Achamos muito salutar, toda vez que pessoas voltadas ao melhor para o município se unem e conseguimos ter boas ações. A revitalização na figueira é exemplo disso”, reforçou a superintendente.
Ainda conforme Beatriz, é importante manter o alerta, mas a situação da figueira não é catastrófica. Ela disse, também, que ainda não é possível falar no custo da revitalização e que o mesmo será divulgado quando a Floram tiver os três orçamentos em mãos e definir as fontes de custeio.
A fonte será o caixa do próprio poder público, ou por meio de uma parceria com a iniciativa privada. Além disso, o trabalho será em etapas, com definição de prioridades.
A vereadora Maryanne Mattos (PL) participa do movimento de revitalização de espaços públicos desde 2016. Segundo ela, a indicação para que a Floram apresente um panorama sobre a atual condição da figueira e os planos para realização de um estudo que aponte o que precisa ser feito para a conservação da árvore surgiu numa reunião da FloripAmanhã.

Maryanne frisou que o intuito é elucidar para vereadores e a população o que será e o que já foi feito para cuidar da figueira. O pedido de tribuna livre foi aprovado e já tem data marcada: 11 de julho.
“Quando o trabalho começar, ninguém vai se assustar, ou achar que estão cortando a figueira. A indicação é no sentido de esclarecimento e foi uma ideia conjunta nessa reunião, onde a própria Floram disse que faria esse cuidado com a figueira”, explicou Maryanne.
Um patrimônio amado por manezinhos e turistas
A pedagoga da Bahia Marlene Pinto, de 60 anos, está visitando Florianópolis com a família e disse que aprecia demais a parte cultural e ambiental das cidades que visita. Na tarde da última quarta-feira (22), ela estava fazendo uma selfie com a neta Julia e a figueira de fundo, antes de ser abordada pela reportagem do ND:
“Fiquei apaixonada [pela árvore]. Realmente precisa de mais cuidado, que o governo de Florianópolis cuide mais dessa riqueza que vocês têm aqui.”

Marlene disse que não conhecia a figueira e ficou encantada com a praça 15 num todo. “É algo que realmente a gente não vê. O nosso estado, a Bahia, é maravilhoso, mas não tem esse verde que vocês conseguem conservar aqui”, declarou a baiana que, além da neta, está com a filha, Kizi, e o marido, José Pinto, na visita a Santa Catarina.
A manezinha Deise Henckel Barbosa, 27 anos, trabalha como vendedora numa empresa de celular no Centro da Capital. Ontem, ela aproveitou o intervalo para descansar num dos bancos da praça 15 em frente à figueira. Deise concorda que a árvore é um patrimônio importante da cidade:
“Chama muita atenção. Quando os turistas vêm, uma das primeiras coisas que os guias mostram é a figueira”, declarou Deise.
“Eu achei que estava bem cuidada e preservada, mas tem essa parte do suporte dela que precisa ser olhada. Deus o livre que aconteça, mas se olhar, ali, já tá começando a ficar enferrujada”, disse a jovem apontando para uma das 33 estacas da figueira que, atualmente, mantêm os galhos mais longos da árvore de pé.

A superintendente da Floram garante que a revitalização será iniciada em 2022, mas não é possível colocar ponto final no projeto sem definir a contratação do serviço:
“Precisaremos de um trabalho especializado. Temos o operacional da Floram, mas entendemos que a figueira, até por ser um marco da cidade, precisa de um serviço que consiga atender as necessidades de forma adequada”, ponderou Beatriz.