Show foi no Parque de Exposição, na edição do São João da Bahia
Cantor Romanelli lança primeiro álbum autoral “Anomalous’, uma crítica ao conservadorismo
Definido pelo próprio artista como transpop, álbum trabalha com a ruptura de gênero em nove canções que criticam o conservadorismo
Graduado em letras e filosofia pela Universidade de Milão, mestre e doutor em linguística aplicada pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), PhD em antropologia da tradução pela Universidade da Antuérpia na Bélgica, e professor em língua e literatura na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Quem sabe da formação acadêmica de Sergio Romanelli, 46, se surpreende ao conhecer o trabalho artístico do cantor, que lança seu primeiro álbum autoral, “Anomalous”, neste mês de junho.
Definido pelo próprio artista como transpop, o álbum trabalha com a ruptura de gênero e traz nove canções com batidas eletrônicas que fazem críticas ao conservadorismo. “Exploro questões de gênero, mas vou além. Uso a anormalidade como desvio de padrão de forma positiva. Transpop é a forma do pop com o conteúdo do punk. Falo contra as ditaduras, a opressão, a imposição de um padrão específico de comportamento”, afirma o cantor.
Natural de Salerno, na Itália, Romanelli é radicado há 20 anos no Brasil. Morou na Bahia e em São Paulo antes de se mudar para Florianópolis, onde reside há dez anos. Desde criança fez aulas de dança, teatro e canto lírico, mas de maneira informal. Já publicou cerca de 10 obras literárias, a maioria delas de poesia – e foi na poesia que ele iniciou seu trabalho com composição musical. “Em 2014 voltei a estudar canto e fui vocalista da banda de rock alternativo Vita Balera, integrada também por Cassiano Fagundes, do Cassim & Barbária. Foi ele quem me incentivou a seguir com o trabalho autoral”, informa o cantor.
Versátil e de mente inquieta, Romanelli trabalha claramente a quebra de padrões de gênero em seu trabalho musical com a performance e o uso de maquiagem. Entre suas principais referências estão David Bowie e bandas inglesas do punk e new wave. “Conheci o trabalho de Bowie aos 11 anos e ele mudou a minha vida”, observa.
Das nove canções de “Anomalous”, álbum autoral do cantor, cinco são em inglês, duas em italiano e duas em português. A partir deste mês, o álbum também será disponibilizado gratuitamente nas plataformas online de compartilhamento de música como Spotify, Deezer e Google Play. “Eu produzi a letra, a melodia e a harmonia de todas as músicas. Trouxe batidas bem sintéticas. Todas as canções trazem uma camada de crítica social. É um álbum conceitual contra a imposição da normalidade, contra qualquer estereótipo e limitação da liberdade”, afirma Romanelli.
Na última semana, o cantor pop também lançou o videoclipe de “Anomalous”, audiovisual dirigido e pós-produzido por Antonio Rossa que traz uma estética militar e explora de maneira evidente questões sobre o totalitarismo. “O videoclipe mostra a inversão de papéis entre o opressor e o oprimido, para trabalhar essa ideia de quebra de padronização. Não quero fazer música somente para entreter as pessoas, apenas para fazê-las dançar. Dá para dançar e pensar também”, conclui o artista.
Assista ao videoclipe “Anomalous”:
“Anomalous”, nove canções, de Romanelli. www.romanellinow.com. Álbum físico: R$ 15. Álbum digital disponibilizado gratuitamente em Spotify, Deezer e Google Play a partir de 29 de junho.
O quê: Show Transpop com Romanelli, Billy Rezk e Jean Mafra
Quando: 26/6, 17h
Onde: Célula Showcase, rod. João Paulo, 75, Saco Grande, Florianópolis, tel. 48 32345078
Quanto: R$ 10