Comcap: “Uma empresa que compromete 86% do orçamento com folha é insustentável”
Manu Vieira, vereadora do Partido Novo na Câmara de Florianópolis, avalia os projetos mais polêmicos do pacote enviado pela prefeitura

Estreante na Câmara de Florianópolis, Manu Vieira entende que, em linhas gerais, o pacote enviado pelo Executivo está alinhado com o pensamento do Novo, que tem como bandeira a liberdade econômica e a “transferência do poder do Estado para o cidadão”. Confira a conversa com a coluna.
O que vai nortear e ser decisivo na votação sobre os projetos enviados pela prefeitura, considerando, inclusive, a cartilha do Novo?
Nosso partido defende liberdade econômica, tem essa bandeira, além da transferência do poder do Estado para o cidadão.
Nesse sentido, entendo que muitos dos projetos foram apresentados com olhar de urgência justamente porque passamos por uma pandemia e precisamos de uma cidade que gere oportunidades às pessoas. Foi isso o que me moveu a aceitar esse ritmo de urgência (convocação extraordinária).
Qual sua opinião sobre o projeto que mexe com a Comcap, o mais polêmico?
O acúmulo de acordos trabalhistas, garantidos por sucessivas greves, tornou a situação no limite e a folha muito onerosa. Além disso, a impossibilidade de fazer a terceirização dos serviços deixa a cidade à mercê.
O projeto do Executivo dá mais possibilidades para a cidade. Uma conversa mais firme é necessária. Em linhas gerais, o texto é positivo para a cidade. Não temos um teto para os acordos acumulados, isso difere muito em relação aos outros servidores, e muitas gratificações vão sendo acumuladas mesmo depois das pessoas saírem das funções.
Uma empresa que compromete 86% do orçamento com folha é insustentável: não há espaço para investimentos e modernização. Faz muito sentido discutir a situação da Comcap.
Outra proposta que provoca mais discussão é a que trata do Plano Diretor. Qual sua avaliação?
Muitos fazem uma imagem do Plano Diretor como um instrumento da realidade, só que é o contrário. Desde 2014, a cidade cresceu 30%, só que apenas 1% de forma regular.
As pessoas não vão deixar de ocupar o espaço se precisarem e precisamos facilitar para que tenha desenvolvimento, e não ocupação.
Estamos conversando com muitas entidades que discutem Florianópolis que estão se manifestando a favor do projeto, pois contempla muitas discussões já feitas no Conselho da Cidade.