Primeira sessão legislativa do ano é marcada por atritos em Blumenau
Houve troca de farpas durante a formação dos blocos parlamentares e embates envolvendo as verbas de gabinete que foram recusadas por parte dos parlamentares
A primeira sessão da nova legislatura da Câmara de Vereadores de Blumenau foi realizada na tarde desta terça-feira (2) e já registrou os primeiros embates entre parlamentares. Mesmo com a pandemia do coronavírus, a reunião ocorreu de forma presencial, no plenário da Casa.

Durante a sessão os partidos também oficializaram a formação dos blocos parlamentares. A partir dessa definição serão distribuídas as vagas das comissões permanentes. O primeiro bloco protocolado foi o dos partidos Podemos, PSDB, DEM, Solidariedade e Patriota. O líder será o vereador Alexandre Matias (PSDB).
Já o segundo bloco é formado pelos vereadores do Cidadania, PP, PT, Republicanos, PSD, PSL, PL e Novo. A liderança será do vereador Bruno Cunha (Cidadania). Com essa composição o bloco formou maioria no legislativo com oito dos 15 vereadores.
O vereador Emmanuel dos Santos, o Tuca, do partido Novo, incialmente iria compor o bloco parlamentar do partido Podemos. No entanto, após a sessão ser suspensa, o parlamentar voltou atrás e retirou o nome para ingressar no bloco do Cidadania.
O vereador Alexandre Matias (PSDB), líder do bloco do Podemos, criticou a atitude de Tuca. “A gente sabe que na política é comum as pessoas não respeitarem a palavra, mas hoje eu presenciei nem mesmo a assinatura ser respeitada”, disse o parlamentar.
Até a publicação da reportagem, os nomes para as vagas das comissões permanentes ainda não havia sido definido.
Verbas de gabinete
Outro motivo para embate entre os parlamentares foi a polêmica envolvendo as verbas de gabinete. Na última semana, parte dos vereadores anunciaram que abriram mão dos recursos destinados para manutenção do gabinete. A atitude rendeu elogios da população e da classe empresarial do município.
Alguns parlamentares, no entanto, classificaram a iniciativa como sendo populista. O vereador Jovino Cardoso (Solidariedade) até parabenizou a atitude dos colegas, mas se defendeu dizendo que os recursos são necessários para atender a população.
“Isso aqui é a casa do povo, onde nós precisamos de estrutura para atender a nossa gente. Só quem trabalha e vive todos os bairros da cidade sabe o quanto isso é importante”, disse.
Cardoso também desafiou os parlamentares que abriram mão da verba de gabinete, abrirem mão do próprio salário. “Quero ver os demagogos que foram para a imprensa cortar na própria carne, cortar o sálario, cortar o holerite. Aí eu quero ver fazer essa política séria”, disparou o parlamentar.
O vereador Carlos Wagner (PSL), um dos vereadores que abriu mão das verbas saiu em defesa dos colegas. “Não desdenhem daquele que quer economizar. […] Cada um tem o seu direito, isso é uma questão de cada um. Peço o respeito”, disse Carlos Wagner, o Alemão.
Hildebrandt quer união
O prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) acompanhou a sessão. Durante pronunciamento ele manifestou interesse em manter um bom relacionamento entre o executivo e legislativo, mas ressaltou que os dois poderes são independentes.

“Que possamos construir uma cidade que inclui e não separa, que não seja uma cidade do centro ou dos bairros, mas que seja uma cidade de todos onde quer que seja, gerando emprego renda e oportunidades,” disse Hildebrandt antes de desejar um bom mandato aos vereadores.
Novo líder do governo
Durante discurso, o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), anunciou Marcelo Lanzarin (Podemos) como líder do governo. Na última legislatura a posição era ocupada pelo vereador Alexandre Matias (PSDB), a quem Hildebrandt agradeceu durante pronunciamento.
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