Campanha Janeiro Branco reforça importância de promover a saúde mental
Saúde mental está conectada com a saúde do corpo, por isso, cuidar da mente é tão importante quanto cuidar da saúde física

Iniciamos o ano com um assunto super importante: saúde mental. Janeiro é o mês caracterizado pela campanha Janeiro Branco, que tem como principal objetivo promover a saúde mental da população.
Mas, você já se perguntou como está a sua saúde mental? Ou o que significa cuidar da saúde mental?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental pode ser caracterizada pelo estado de bem-estar, no qual a pessoa é capaz de apreciar a vida, trabalhar e contribuir para o meio social, administrando suas emoções, pensamentos e sentimentos.
Sendo assim, saúde mental é conhecer e reconhecer suas emoções e em como elas afetam ou não o seu dia a dia.
A Qualirede, especialista em gestão em saúde para o setor público, investe cada vez mais em clínicas de Atenção Primária à Saúde (APS), que são de suma importância diante dos problemas mais graves relacionados à saúde mental.
Segundo a psicóloga da equipe de Atenção Integral à Saúde (AIS) da Qualirede, Helen Karoliny Mezoni Heimfarth, a atenção primária à saúde é de extrema importância, porque envolve ações em diferentes áreas, utilizando aspectos socioculturais e psicossociais, integrando a equipe de saúde junto à comunidade.
“A atenção primária à saúde oferece à população os cuidados necessários para os seus problemas de saúde mais prevalentes, incluindo medidas preventivas, curativas, de reabilitação e promoção de saúde, com capacidades resolutivas”, afirma.
Por que cuidar da saúde mental?
A saúde mental está conectada com a saúde do nosso corpo, por isso, cuidar da mente é tão importante quanto cuidar da saúde física.
“Vivemos uma geração saúde, que prioriza hábitos saudáveis, prática de atividades físicas e o corpo em forma. Agora, precisamos olhar nossa saúde de forma global: sem esquecer da saúde mental”, alerta a psicóloga.
“Cuidar da saúde mental, além de prevenir doenças clínicas, pode contribuir para a melhora das relações pessoais, de trabalho e familiares. Quando não estamos psicologicamente bem, não produziremos no trabalho, temos um déficit nas relações afetivas e dificuldade de nos conectar com o outro”, diz Helen Karoliny.
Ações cotidianas que colaboram para a saúde mental
Além de ser gentil consigo mesmo, há algumas coisas que podem ser feitas para ajudar a diminuir o impacto da ansiedade e depressão no nosso dia a dia, auxiliando na prevenção e manutenção da saúde mental.
Prática de atividade física
Eleva a produção de endorfinas, substâncias naturais produzidas pelo cérebro, capazes de regular as emoções diminuindo sintomas de estresse e ansiedade. Escolha uma atividade física que você goste: dançar, caminhar, correr, musculação ou até mesmo yoga.
Para colher os benefícios desse hábito que favorece corpo e mente, se dedique no mínimo 30 minutos por dia, três vezes na semana.
Alimentação saudável
A alimentação também interfere em nossa saúde mental: corpo são, mente sã! Uma alimentação pouco saudável pode deixar o corpo indisposto e com menos energia, dificultando a percepção dos bons momentos.
Alimente-se bem para garantir um corpo mais forte e combater os sinais de fadiga, ansiedade e estresse.
Qualidade de sono
Diminua a incidência de telas dos dispositivos eletrônicos uma hora antes de dormir, pratique a higiene do sono e perceba em pouco tempo a melhora da qualidade de sono e da sua disposição.
Hábito de leitura
A leitura é uma boa ferramenta para a manutenção da memória e saúde mental. Leia livros que você gosta e que te inspiram!
Você como prioridade!
Dedique um tempo para você! Leia livros, escute música, dance, assista a um filme ou série que você gosta e converse com amigos que te levantem o astral.
Na correria do dia a dia, reservamos tempo para todas as tarefas diárias, mas esquecemos do principal: nós mesmos. Coloque-se como sua prioridade.
Terapia
E o mais importante, se possível, realize terapia! A terapia com profissionais da saúde mental auxiliam na compreensão das nossas emoções, nossa história e apresentam ferramentas importantes para lidarmos com as adversidades do dia a dia.
Não hesite em buscar ajuda profissional
Helen alerta que quando uma pessoa percebe alterações em seus sentimentos e emoções, assim como a dificuldade de lidar com o desconforto no manejo das suas atividades diárias, é preciso estar atento e buscar ajuda de um profissional da saúde mental.
“O profissional poderá auxiliar na prevenção, monitoramento e tratamento de possíveis adoecimentos mentais. É preciso lembrar que cuidar da saúde mental não é vergonhoso, precisamos quebrar esse tabu sobre os cuidados com a saúde mental, para podermos usufruir dos benefícios desse cuidado no nosso dia a dia. Mente sã, corpo são faz uma comunidade melhor”, conclui.
O que a pessoa pode fazer em um momento de crise de ansiedade, por exemplo?
Segundo Helen, a crise de ansiedade é uma descarga grande de alguns neurotransmissores, que acionam as sensações físicas de taquicardia, sudorese, tremor, sensação de falta de ar, sensação de desmaio e medo de perder o controle.
Apesar de curtas, podem ser muito amedrontadoras e desconfortáveis. É importante reconhecer quando a crise está acontecendo e elencar formas de se acalmar, confira:
- Desviar o foco dos sintomas: quanto mais focar na dor, mais forte ela parecerá. Tire o foco daquilo que está sentindo, volte sua atenção para a respiração, aos sons do ambiente ou concentre-se em uma música. Isso ajudará a diminuir os sintomas físicos da crise.
- Preste atenção na sua respiração: Em uma crise de ansiedade, temos a tendência de acelerar a respiração, o que causa hiperventilação. Coloque sua mão sobre o peito, perceba o ritmo da sua respiração e procure diminuí-la se sentir que está muito alterada. Inspire e expire profunda e lentamente.
Esteja atento, caso as crises se tornem frequentes e de difícil controle, é importante buscar um profissional da saúde mental para avaliação e tratamento dos sintomas.
O efeito da pandemia na saúde mental das pessoas
Os cuidados referentes ao contágio do novo coronavírus exigiram uma mudança inesperada nos hábitos das pessoas, e essas mudanças geram desconforto e estresse, atrelados ao medo da alta chance de contágio e pela gravidade da doença.
Helen explica que o medo do contágio é a primeira reação esperada, mas outras reações mais complicadas de administrar são relativas ao distanciamento social.
“Nossa cultura é naturalmente muito afetuosa, e todas essas mudanças de rotina, o medo do contágio e insegurança iminente podem gerar quadros agudos de estresse e ansiedade. A depressão pode ser acentuada, devido a necessidade de isolamento social compulsório na prevenção do contágio do vírus”, afirma.
A psicóloga ainda alerta que diante dessas circunstâncias, é preciso estar atento às mudanças e oscilações de humor, comportamentos autodestrutivos e dificuldades de executar as tarefas simples no dia a dia.
“Lembre que você não está sozinho, é normal não se sentir bem o tempo todo. Perceber que você precisa de ajuda é respeitar-se. E não há pessoa mais forte do que aquela que sabe respeitar os próprios limites”, conclui.
Desde o início da pandemia, a Qualirede realizou mais de 500 ligações de acolhimento com psicólogos para os seus colaboradores. Além disso, oferece canais de comunicação aos beneficiários, que através de e-mails ou contato telefônico, recebem apoio, orientações e dicas de como cuidar das suas emoções. Quando necessário, há indicação de processo psicoterapêutico pela rede conveniada.