Governo do Rio estuda antecipar feriados de abril para fim de março
Objetivo é reduzir circulação de pessoas e conter avanço da Covid-19; medida está sendo debatida entre vários setores e prefeituras neste fim de semana
Para tentar reduzir a circulação de pessoas e prevenir o aumento de casos, internações e mortes por Covid-19, o Rio de Janeiro pode seguir o exemplo da Prefeitura de São Paulo e antecipar os feriados de abril para final de março.
A ideia, que ainda está em estudo, prevê criar um feriado prolongado entre 26 de março e 4 de abril. Além dos feriados de Tiradentes (21 de abril) e da Semana Santa, seria antecipado também o feriado estadual do Dia de São Jorge, comemorado em 23 de abril.

A proposta foi discutida neste sábado (20) pelo governador em exercício, Claudio Castro, com representantes de empresários do comércio, da indústria e do turismo. Também participaram do encontro secretários estaduais da Casa Civil e Governo, os deputados federais Dr. Luizinho e Hugo Leal e os deputados estaduais Marcio Pacheco (líder do Governo), Rodrigo Amorim e Léo Vieira.
Estiveram presentes ainda representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), da Supervia, da Fetranspor, do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio, da Associação de Empresas de Eventos, da Apresenta Rio e da Multiplan.
Na manhã deste domingo (21), o assunto voltou a ser discutido entre o governador e os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Niterói, Axel Grael, em uma reunião no Palácio das Laranjeiras.
Colapso do sistema de saúde
A taxa de ocupação das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) para pacientes com Covid-19 no Sistema Único de Saúde tem crescido de forma consistente no Estado do Rio de Janeiro.
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No dia 16 de março, a taxa estava em 79% e, segundo a atualização de sábado (20) do painel estadual de monitoramento da pandemia, esse percentual chegou a 85,5%. Na capital, a situação é ainda pior, com 93% dos leitos de UTI ocupados.
Qualquer percentual acima de 80% é considerado na zona de alerta crítico pela Fiocruz. A fundação recomendou, na semana passada, medidas para reduzir a circulação de pessoas e promover o distanciamento social em todo o território nacional, com o objetivo de conter o que se considera o maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil.
Isso porque 24 estados e o Distrito Federal haviam superado os 80% de ocupação de leitos na última quarta-feira (17).
Vacinas
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro prevê realizar nesta segunda (22) a maior entrega de vacinas contra Covid-19 aos municípios, desde o início da imunização no Estado.
Serão distribuídas 759,1 mil doses da vacina CoronaVac (618,2 mil para a primeira dose e 130,9 mil para a segunda dose) e 10 mil doses da vacina Covishield, da Oxford/AstraZeneca.
Desde o início da vacinação, o Estado recebeu 2.716.120 doses de vacinas, sendo 2.425.120 da CoronaVac e 391 mil da Covishield. Do total de imunizantes recebidos pelo Rio de Janeiro, 1.869.210 haviam sido distribuídos às cidades fluminenses até quarta-feira (17).
Até as 9h deste domingo (21), 850 mil pessoas receberam ao menos a primeira dose de uma das duas vacinas contra Covid-19, segundo o Vacinômetro do governo estadual. A segunda dose já foi aplicada em 294 mil pessoas.
De acordo com o painel Monitora Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz, o número de pessoas vacinadas com a primeira dose corresponde a 6,29% da população fluminense, sendo 2,18% o percentual de pessoas que receberam também a segunda dose.