ND explica: perdi o prazo da segunda dose da vacina contra Covid, preciso me ‘revacinar’?
Situação gerou dúvida após o alto número de idosos que ainda não apareceram para tomar a segunda dose do imunizante em Florianópolis
Com o prosseguimento da vacinação contra Covid-19 em Florianópolis, um tema tem gerado dúvidas entre as pessoas. Se alguém extrapolar a data estipulada para tomar a segunda dose da vacina, precisará reiniciar o processo e se “revacinar”?

Na Capital, 804 idosos com 78 anos ou mais ainda não foram receber a segunda dose do imunizante, segundo boletim divulgado pela prefeitura do município na terça-feira (6).
Para entender a situação, a reportagem do ND+ entrou em contato com a enfermeira coordenadora do plano municipal de vacinação da Capital, Sandra Regina da Costa.
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Segundo a profissional, mesmo que a pessoa extrapole o prazo entre uma dose e outra, ela não precisará “reiniciar o ciclo”. Ou seja, não precisará tomar a primeira dose novamente e somente depois a segunda.
Porém, o ideal é que se siga os prazos para que não haja um tempo maior de exposição ao vírus durante o intervalo.
Entenda os prazos estipulados pelos laboratórios:
- Sinovac/Butantan: intervalo de duas a quatro semanas entre as doses; Câmara Técnica de Florianópolis instituiu o prazo de três semanas, ou seja, 21 dias;
- Astrazeneca: 12 semanas de intervalo entre uma dose e outra;
Em Florianópolis, no caso da Sinovac/Butantan, o idoso ou pessoa do grupo elencado deve tomar a segunda dose do imunizante 21 dias após a primeira.
Porém, o prazo pode ser de até 28 dias de intervalo. Passados esses 28 dias, a dose é considerada atrasada segundo normativa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“Se passar desse prazo [28 dias], a pessoa será vacinada da mesma forma. Existe o acionamento da memória imunológica, ou seja, não preciso me ‘revacinar’. Porém, o ideal é que se cumpra os prazos corretamente. Quanto mais atrasa, mais demora para se ter a resposta imunológica. Quanto mais demorar, mais a pessoa estará exposta”, explica Sandra.
Controle dos vacinados
Florianópolis faz o controle da lista de pessoas vacinadas nominalmente. A gerência de informação tira um relatório para o setor que faz o controle das vacinas de todas as pessoas que tomaram a primeira e segunda dose. Quem não fez a segunda (dentro do prazo estabelecido) é gerada uma nova lista nominal.
“A gente então liga para esse idoso e pergunta o porquê de ele não ter ido tomar a segunda dose. Então, o consultamos para fazer a aplicação em domicílio ou para a pessoa vir até o ponto de vacinação”, explica Sandra.
Ainda segundo a profissional, o motivo para o alto número de idosos que deixou de tomar a segunda dose, é pelo fato de muitos estarem na cidade apenas de passagem quando tomaram a primeira.
“Somos uma cidade migratória. Na pandemia, com o teletrabalho, muitas pessoas trazem o pai para morar consigo, mas alguns acabam retornando para a cidade nativa antes desse prazo. Às vezes o idoso está em condições que não pode tomar, hospitalizado por exemplo. Alguns podem acabar falecendo. Estão estudando os dados”, relata a profissional.
Vacinação em casa
Idosos de 90 anos ou mais foram vacinados em casa, segundo a profissional. Além disso, para pessoas de 78 anos até 89 e que tem alguma restrição de mobilidade e não podem sair, também existe a opção da vacinação em domicílio.

“A opção do drive thru também é importante e onde pegamos mais de 85% da população. Evita aglomerações em filas. Sobraram poucos idosos para irem para os pontos físicos”, explica.
Veja os números:
- 2.128 pessoas idosas com 90 anos ou mais, em Florianópolis, receberam a primeira dose em casa;
- 2.031 pessoas idosas com 90 anos ou mais, em Florianópolis, receberam a segunda dose em casa;
- 1.312 idosos de 78 a 89 anos com restrições de mobilidade foram vacinados em casa (não há exatidão entre o total da primeira e segunda dose).
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