Vacinação infantil: pediatra faz alerta para a volta às aulas em SC
Médica alerta para importância de manter a caderneta de vacinação em dia para crianças e adolescentes; veja as imunizações mais importantes
O retorno às atividades escolares presenciais em Santa Catarina está definido para esta quinta-feira (18). Além do estado de atenção à saúde pública voltado à pandemia da Covid-19, outro alerta chama a atenção de profissionais.
18Os pais devem estar atentos à atualização das vacinas das crianças, conforme orienta Myrna Campagnoli, pediatra do Ghanem Laboratório, localizado em Joinville.

“A volta às aulas exige atenção redobrada com a vacinação das crianças. Mesmo que ainda não tenhamos a vacina contra o novo coronavírus, as outras vacinas são essenciais para a saúde das crianças e adolescentes”, destaca a profissional.
Baixa cobertura de vacinas em 2020
Em queda há cinco anos, as coberturas vacinais não atingem nenhuma meta no calendário infantil desde 2018, segundo o PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde.
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As últimas metas de imunização para o público infantil atingidas no país foram em 2018: 99,72% para a BCG, e 91,33% para o rotavírus humano.
A meta de superar os 90%, para ambas, não foi atingida em 2019, apesar de terem continuado acima dos 80%. Nem em 2020: a taxa de imunização da BCG foi de 63,88% e do rotavírus de 68,46%.
A maior cobertura atingida no calendário infantil até outubro de 2020 foi na vacina Pneumocócica, com 71,98%. Em 2019, essa mesma vacina chegou a 88,59% do público-alvo.
Entre as 15 vacinas do calendário infantil, o que inclui a segunda dose da Tríplice Viral, metade não bate as metas desde 2015, o que inclui a vacina contra poliomielite.
As vacinas são a melhor forma de prevenção contra doenças infecciosas. “As crianças correm menos risco de contrair doenças como gripe, sarampo, rubéola, coqueluche e caxumba quando estão vacinadas”, explica Myrna Campagnoli.
Vários tipos de pneumonia também são evitados quando a caderneta de vacinação está em dia.
Segurança
As vacinas são produzidas com alta tecnologia que atendem a todo o processo de qualidade de produção exigido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A especialista também lembra que as vacinas não têm contraindicação para a maioria das crianças.
“As vacinas são seguras, evitam o agravamento de doenças, internações e até mesmo óbitos”, ressalta a pediatra.
Um exemplo disso é que estudos divulgados pelo Ministério da Saúde demonstram que a imunização da gripe pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da gripe.
Muitos colégios já exigem que os pais levem cópia da caderneta e assinem declarações que os filhos estão com as vacinas em dia.
“Esta é uma forma de proteger de forma coletiva e evitar doenças contagiosas. As pessoas convivem por longos períodos em espaços fechados e precisam estar imunes”, esclarece a médica.
A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) também recomenda que as vacinas dos alunos estejam em dia, para prevenir casos de doenças transmissíveis entre pessoas, principalmente no convívio em ambientes coletivos e fechados.
Quais são as vacinas mais importantes?
Entre as vacinas importantes estão a tríplice bacteriana (DTP/DTPa – difteria, tétano, coqueluche), poliomielite, influenza (gripe), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), varicela (catapora) e meningocócica.
Os adolescentes também precisam atualizar a carteirinha e se prevenir. A médica lembra que na faixa de nove a 14 anos a vacina do HPV é importante para a prevenção do câncer de colo de útero e outros tipos.
O Ministério da Saúde orienta a vacinação das crianças de acordo com o calendário do PNI (Programa Nacional de Imunizações).
Já a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) possuem calendários de vacinação com recomendações que complementam o PNI, e incluem outras vacinas para a proteção de crianças e jovens.