SC quer vacinar mais de 2,8 milhões contra Covid-19 em 2021
Novos grupos prioritários foram incluídos na segunda versão do plano estadual de vacinação; Estado aguarda a chegada de novas doses
A população-alvo da campanha de vacinação contra a Covid-19 foi ampliada em Santa Catarina. Agora, estão incluídos nos grupos preferenciais pessoas com deficiência grave, em situação de rua, presos e quilombolas.

Além disso, têm prioridade os profissionais do transporte coletivo, aéreo, caminhoneiros e trabalhadores portuários, de indústrias e da construção civil.
A Secretaria de Estado da Saúde prevê vacinar contra a Covid-19, em 2021, um total de 2.898.763 pessoas, considerando apenas os grupos prioritários. Isso equivale a cerca de 40% da população.
A estimativa é 96.124 maior do que a prevista no primeiro plano estadual de vacinação elaborado em dezembro de 2020. A segunda edição do Plano para Operacionalização da Campanha de Vacinação contra a Covid-19 em Santa Catarina foi divulgado nesta terça-feira (16).
A estratégia de vacinação e a definição dos grupos populacionais prioritários a serem vacinados contra a Covid-19 foram definidos no PNI (Programa Nacional de Imunizações).
Alteração no grupo com comorbidades
Em contrapartida à ampliação do público-alvo da vacina, o número de pessoas que apresentam alguma comorbidade previsto para ser vacinado em 2021 reduziu mais da metade. De 1.365.028 pessoas no primeiro plano de vacinação, serão vacinadas 636.478.
O superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, justificou essa redução. Segundo ele, na primeira versão do plano, o Ministério da Saúde não havia repassado uma estimativa precisa dos portadores de comorbidades no Estado.
Sendo assim, o governo estadual teve que elaborar uma quantidade “no escuro” e adicionou uma margem de 30% para possíveis erros de cálculo. Já a segunda versão do plano se baseou em uma projeção mais definida do Ministério da Saúde.
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Segundo o plano estadual, o grupo de pessoas com comorbidades deve ser vacinado após os idosos, pessoas com deficiência institucionalizadas, indígenas, trabalhadores de saúde e quilombolas.
Entre as comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação
contra a Covid-19 no Estado estão diabetes, doenças pulmonares, hipertensão, doenças cardiovasculares, doenças renais, anemia, obesidade mórbida, síndrome de Down e imunossuprimidos.
Neste último grupo, entram as pessoas transplantadas, portadores de HIV, doenças reumáticas e pacientes com câncer, que não constam na descrição, mas devem ser incluídos.
População estimada dos grupos prioritários:
- Pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas: 6.259
- Pessoas com deficiência institucionalizadas: 263
- Povos indígenas vivendo em terras indígenas: 6.752
- Trabalhadores de saúde: 166.407
- Pessoas de 90 anos ou mais: 126.324
- Pessoas de 80 a 89 anos: 117.487
- Pessoas de 75 a 79 anos: 124.172
- Povos e comunidades tradicionais quilombolas: 8.791
- Pessoas de 70 a 74 anos: 194.547
- Pessoas de 65 a 69 anos: 274.850
- Pessoas de 60 a 64 anos: 353.631
- Comorbidades: 636.478
- Pessoas com deficiência permanente grave: 242.025
- Pessoas em situação de rua: 1.294
- População privada de liberdade: 23.464
- Funcionários do sistema de privação de liberdade: 4.276
- Trabalhadores da educação do ensino básico (creche, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA): 113.232
- Trabalhadores da educação do ensino superior: 31.956
- Forças de segurança e salvamento: 13.313
- Forças armadas: 6.574
- Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros: 17.961
- Trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário: 477
- Trabalhadores de transporte aéreo: 304
- Trabalhadores de transporte aquaviário: 301
- Caminhoneiros: 115.000
- Trabalhadores portuários: 6.044
- Trabalhadores industriais: 306.581
Vacinação gradual e escalonada
De acordo com o Plano, a vacinação, como já ocorre atualmente, seguirá de forma gradual e escalonada nos grupos prioritários, de acordo com o recebimento de novas doses vindas do Ministério da Saúde.
Em longo prazo, a expectativa é ampliar a estratégia de vacinação para toda a população acima de 18 anos de idade.
O superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, esclarece que a vontade do Estado é de imunizar toda a população adulta. No entanto, neste momento de disponibilidade restrita de doses da vacina, ainda não existe essa possibilidade.
“Assim que houver uma maior oferta de doses no país, queremos ampliar a estratégia de vacinação. No entanto, enquanto isso não acontece, nossa prioridade é imunizar os grupos com maior risco de infecção e aqueles com mais chances de evoluir para as formas graves da doença e, até mesmo, de morrer”, conclui.
Municípios e estratégias de vacinação
De acordo com o plano estadual, os municípios podem realizar diferentes estratégias de vacinação. Entre elas, estão o agendamento de horários específicos para vacinação de cada grupo de risco; vacinação em locais em que estejam os grupos prioritários como, por exemplo, os locais de trabalho dos profissionais de saúde; vacinação em drive-thru; vacinação com hora marcada, entre outras.
O monitoramento da aplicação de vacinas contra a Covid-19 em Santa Catarina pode ser feito através da plataforma do ND+.