SC se manifesta sobre vacinação de crianças com Coronavac após liberação da Anvisa
Saúde ressaltou dados científicos que mostram eficácia e segurança do uso pediátrico da Coronavac; decisão final cabe ao Ministério da Saúde
A SES (Secretaria de Saúde de Santa Catarina) emitiu posicionamento sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19 com o imunizante Coronavac, autorizada nesta quinta-feira (20) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A pasta é “a favor da inclusão de mais uma vacina no PNI (Plano Nacional de Imunização), de forma a ampliar a oferta de doses”. A SES, entretanto, aguarda posicionamento do Ministério da Saúde – responsável por bater o martelo quando ao plano de imunização.
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No comunicado, divulgado na tarde desta quinta, a pasta ressaltou os benefícios e a segurança para o uso das doses na população pediátrica, segundo “as evidências científicas disponíveis até o momento”. A autorização de uso emergencial da Anvisa contempla crianças de 6 a 17 anos.
Diferente da Pfizer, que conta com doses distintas para adultos e crianças, a vacina da Coronavac liberada para o público pediátrico é a mesma utilizada em adultos. O intervalo de 28 dias entre as duas doses também se mantém. A SES ressaltou que a decisão da Anvisa foi ancorada em estudos clínicos.
“A análise de causalidade acerca de reações adversas demonstra que a vacina Coronavac não está relacionada a nenhum óbito dentre os públicos para os quais estava disponível até então e os eventos adversos graves são considerados raros ou raríssimos”, pontuou a Anvisa.
Regras para a aplicação
O Instituto Butantan pedia a aprovação da Coronavac para a faixa etária de 3 a 17 anos. Contudo, a análise técnica da Anvisa considerou que os dados apresentados são suficientes apenas para a recomendação destinada a crianças com mais de 6 anos.
Além disso, também há exceção na aplicação da vacina para crianças e adolescentes imunossuprimidos, como aqueles que fazem tratamento para câncer.
A aprovação do imunizante para a faixa etária entre 6 e 17 anos teve como base um estudo de efetividade feito no Chile. Na pesquisa, quase 2 milhões de pessoas com essa idade receberam a vacina, que teve efetividade de 74% para prevenir a infecção e a doença sintomática.
A taxa sobe para 90% para prevenção de hospitalização e para 100% para prevenir admissão em UTI. “A totalidade das evidências científicas disponíveis sugere que há benefícios e segurança para a utilização da vacina na população pediátrica”, destaca Gustavo Mendes Lima Santos, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa.
Agora, para que o uso da Coronavac passe a valer para este público, é preciso que o Ministério da Saúde inclua o público no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19).