A recomendação é de que a vacinação contra as duas enfermidades não seja simultânea. A área técnica do Ministério da Saúde recomenda que haja um intervalo de 14 dias na aplicação das vacinas. Ou seja, caso um idoso seja vacinado contra a Covid-19, ele terá que esperar duas semanas para receber a proteção contra a gripe.
“Ao se considerar a ausência de estudos de coadministração das vacinas Influenza e Covid-19, neste momento não será recomendada a administração simultânea das vacinas contra Covid-19 com as de outras doenças”, explica a pasta, em nota.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, enviou aos estados e aos conselhos Nacional de Secretários de Saúde, de Secretarias Municipais de Saúde e de Secretarias Municipais de Saúde um ofício orientando como será a campanha.
“Nunca houve uma campanha de vacinação dessa magnitude, iniciada em tão pouco tempo. E, ao considerar também a grande abrangência da campanha de influenza, assim como a sobreposição da população-alvo, faz-se necessária uma organização e programação orquestrada e bem articulada para operacionalização de ambas as campanhas”, finaliza.
Faltam estudos
Técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também avaliaram o uso das vacinas simultaneamente. Contudo, a falta de estudos da “combinação” levou a autarquia a não recomendar o uso concomitante.
“Nos estudos disponíveis e avaliados até o momento para autorização do uso emergencial das duas vacinas em uso no país (CoronaVac e Oxford), não há informação disponíveis sobre interações com outras vacinas para Covid-19 ou outras vacinas como influenza”, explica a agência, em nota.
O órgão regulador ainda faz um alerta. “Ressaltamos que no uso emergencial estamos tratando de produtos inéditos e com estudos ainda em desenvolvimento”, finaliza.
A campanha
Segundo o Ministério da Saúde, a campanha já está sendo organizada com as secretarias estaduais de Saúde. Apesar de ter definido o mês de início, a pasta ainda não informou a data exata para o início da campanha.
Além dos idosos, fazem parte do programa de vacinação: profissionais da saúde, da segurança, da educação e do sistema prisional; doentes crônicos; adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e presidiários; caminhoneiros e profissionais de transporte coletivo; indígenas; crianças de 6 meses a 6 anos; pessoas com deficiência; gestantes; e puérperas até 45 dias após o parto.
A vacina demora 15 dias para fazer efeito no organismo. Por isso, o Ministério da Saúde planeja o cronograma para antes do inverno, período de maior circulação do vírus influenza.