Delegado com 4 anos de Polícia Civil assume Coordenadoria de Combate à Corrupção de SC
João Westphal é nomeado no lugar de Rodrigo Raiser Schneider na chefia da Cecor; para o governo, qualquer ilação sobre interferências por parte do Executivo são mera especulação de cunho político
Depois de revelada a saída do delegado Rodrigo Raiser Schneider da chefia da Cecor (Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção) da Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais) da Polícia Civil, foi anunciada nesta sexta-feira a nomeação do delegado João Westphal como novo titular da Cecor.
Diferentemente de outras decisões, tomadas sem alarde pelo governador Carlos Moisés (sem partido), desta vez, a notícia mereceu destaque no site oficial da Polícia Civil.

Westphal está há quatro anos na Polícia Civil e atuava na DIC (Divisão de Investigação Criminal) em São Miguel do Oeste. Também trabalhou em unidades policiais de Joinville, Garuva e Itapoá.
Com o novo delegado, segundo o delegado-geral Marcos Ghizoni Júnior, dez policiais civis foram integrados ao efetivo da Deic neste mês.
Conforme antecipado com exclusividade pelo blog, o delegado Rodrigo Schneider será o coordenador do Laboratório de Lavagem de Dinheiro e gerente de investigações da Deic. Tudo isso menos de 15 dias depois da posse do novo delegado-geral.
Fontes oficiais ligadas ao governo do Estado mantêm a narrativa que qualquer ilação sobre interferências na Polícia Civil por parte do Executivo são mera especulação de cunho político.
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A suposta coação para tirar o delegado Rodrigo Schneider do cargo de chefe da Cecor foi apontada como o real motivo para o pedido de demissão de Akira Sato do posto de delegado-geral da Polícia Civil, 15 dias depois de assumir o cargo.
Oficialmente, a saída foi justificada por questões pessoais de saúde.

A saída de Schneider do cargo é mais um capítulo de uma complexa história, que passou por decisões sem alarde e silêncio por parte dos envolvidos.
A informação está publicada na edição desta quinta-feira (21) do BID (Boletim Interno Digital da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina). No ato, assinado terça-feira (19), Ghizoni nomeia Schneider para o cargo de coordenador do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro.

Na prática, Schneider deixa de chefiar investigações, como a que apura supostas irregularidades na licitação que contratou uma empresa para mensurar resultados do porto de São Francisco do Sul, no Norte catarinense. Tanto a empresa quanto o governo do Estado negam irregularidades.
Além deste caso, Rodrigo Raiser Schneider também chefiou trabalhos policiais como os que culminaram na Operação Oxigênio, que prendeu Douglas Borba, o então secretário de Estado da Casa Civil, nas investigações sobre os respiradores pulmonares fantasmas.
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A decisão contrapõe uma declaração pública do próprio Ghizoni, que disse que chamaria de volta os delegados afastados dos cargos. Jeferson Prado Costa efetivamente retornou à titularidade da Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro da Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais).
Também convidada, a delegada Beatriz Ribas, declinou o retorno à titularidade da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Deic e foi transferida para a Delegacia de Polícia da Comarca de Balneário Camboriú.