Marcos Ghizoni é o novo delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina
Entre idas e vindas, delegado que já ocupou os cargos de número 1 e número 2 da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina nos governos Raimundo Colombo e Eduardo Moreira volta ao cargo
O nome de Marcos Flávio Ghizoni Júnior vai aparecer na edição desta segunda-feira (4) do “Diário Oficial do Estado” como o novo delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, em substituição ao delegado Laurito Akira Sato, que ficou 15 dias no cargo. A confirmação é um ponto importante na crise institucional estabelecida na força de segurança e que se alastrou para o governo central.
Tudo sobre a crise na Polícia Civil
Ghizoni sempre foi o preferido do governador Carlos Moisés (sem partido) para a função, desde que o então delegado-geral Paulo Koerich decidiu pedir afastamento. Na primeira substituição, Ghizoni não aceitou e indicou Akira Sato. Com a saída do indicado, Ghizoni voltou a ser procurado, mas repetiu a negativa.
O segundo da lista foi o delegado Rafaello Ross, chefe da DIC (Divisão de Investigação Criminal) em Joinville. Houve reação negativa ao nome de Ross, principalmente pelo processo que responde na Justiça pelo suposto desvio de uma máquina jukebox. O fato motivou o afastamento de Ross do cargo de delegado regional de Mafra. Ross foi convidado e aceitou o cargo, mas o convite foi desfeito.
Nos bastidores políticos, é corrente a informação de que a indicação para chefiar a Polícia Civil teria ficado na cota do MDB – em troca do apoio político na Assembleia Legislativa. Marcos Ghizoni tem prestígio político. Durante o governo Raimundo Colombo (PSD), foi o número 2 da Polícia Civil, como adjunto do delegado-geral. Quando o vice Eduardo Pinho Moreira (MDB) assumiu o cargo, em função da renúncia de Colombo para concorrer ao Senado, Ghizoni assumiu o posto máximo.

Marcos Ghizoni assume em meio a suspeita de escândalo
Marcos Ghizoni terá um grande desafio pela frente. Quinze dias depois de ser anunciado como novo delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, confirma-se a especulação de que Laurito Akira Sato fosse deixar o cargo.
Sato teria se sentido coagido com um pedido para substituir o delegado Rodrigo Schneider, chefe da Cecor (Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção), responsável pelas Decor (Delegacias de Polícia Especializadas no Combate à Corrupção).
As investigações no caso de suposta corrupção em uma licitação no Porto de São Francisco do Sul estariam sob coordenação de Schneider.
O deputado estadual Ivan Naatz (PL) anunciou que pretende convocar Akira Sato, ou seu sucessor, para explicar este fato. Naatz falou em “uma empresa de coronéis para fraudar o governo”.
A empresa responsável pelo contrato, que na época se chamava Iosec e hoje se chama Ceon, negou que haja qualquer tipo de irregularidade.
Sexta-feira, já demissionário, Sato continuou oficialmente no cargo, conforme informação do “Diário Oficial do Estado”.
Sato foi escolhido pelo governador Carlos Moisés (sem partido) para substituir Paulo Koerich, que foi o primeiro nome anunciado para o alto escalão de governo.
Dois nomes foram citados como possíveis sucessores de Sato. O delegado Marcos Ghizoni, que foi delegado-geral-adjunto no gestão de Raimundo Colombo e promovido a delegado-geral quando o vice Eduardo Moreira assumiu, com a renúncia do titular para concorrer ao Senado nas eleições de 2018.
Politicamente, a indicação caberia ao MDB-SC. Com bom trânsito político, Ghizoni teria sido o plano A de Moisés na sucessão de Koerich, mas declinou. Ele chegou a repetir o gesto de recusar, mas finalmente aceitou.
Nesse meio tempo, passou a ser favorito o delegado Rafaello Ross, que foi delegado regional de Mafra, onde acabou sendo afastado do cargo por suspeita de improbidade administrativa no caso de uma máquina jukebox, e assumiu a DIC de Joinville.
Diante dos desgastes, que se arrastaram durante todo o fim de semana, Ghizoni foi convencido a assumir o posto.
