ND explica: aprenda como evitar ataques de um hacker
Após ataques envolvendo ofensas racistas a professor de Joinville e a tentativa de invasão ao sistema da UFSC, especialista explica como garantir a segurança na internet
O ataque hacker com ofensas racistas que culminou em uma investigação da Polícia Civil em Joinville, no Norte do Estado, virou assunto nos últimos dias. A vítima foi o professor universitário Jonathan Prateat e ocorreu enquanto ele participava de um evento online.

Além de ofender o professor com xingamentos como macaco, os responsáveis pelo ataque também exibiram vídeos pornográficos durante a transmissão.
Em Santa Catarina, outro episódio envolvendo hackers também foi registrado na segunda-feira (31). Dessa vez, o alvo foi o sistema Moodle de ensino não-presencial da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
De acordo com a universidade, foram registrados ataques durante o domingo e a madrugada, o que impactou no acesso dos estudantes e professores. O caso ocorreu no mesmo dia em que as aulas foram retomadas na UFSC.
Em ambos os casos, boletins de ocorrência foram registrados: em Joinville, a investigação está com a Polícia Civil. Já a situação da UFSC foi encaminhada à Polícia Federal.

Mas os ataques não se limitam apenas a esses dois casos. Com a pandemia e o aumento no número de transmissões online, para substituir os eventos presenciais, episódios semelhantes também já ocorreram, não só em Santa Catarina, mas em todo o País.
O que é um ataque hacker?
Segundo o professor e especialista em rede de computadores, Paulo Marcondes Bousfield, o ataque hacker pode ser definido de duas formas: quando alguém viola qualquer tipo de apresentação ou conferência online, ou quando alguém ataca um computador sem a devida autorização.
“Por exemplo, você tem um e-mail com uma senha. Quando eu tento entrar nesse local, sem autorização, tentando quebrar a senha, eu estou violando o acesso. Então, podemos resumir que o ataque hacker é a violação para acessar qualquer coisa”, explica.
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Estes ataques podem ocorrer de forma individual ou em grupo. Para o professor, este último geralmente é o que obtém mais sucesso já que há maior facilidade para troca de informações.
“Podemos fazer um paralelo com roubo de uma casa. Quando o ladrão está sozinho é mais difícil ele ter êxito na tarefa. Mas se ele vai realizar o crime com mais gente, o roubo fica mais fácil. Com os hackers, é a mesma coisa. Quanto mais gente se une para o ataque, mas fácil de violar”, conta.
Invadir computadores é crime
A ideia de que “internet é terra sem lei” não existe mais. Segundo a Lei dos Crimes Cibernéticos, de 2012, o ato de invadir computadores, violar dados ou até atacar sites é crime. A pena pode chegar de três meses a um ano de detenção, além do pagamento de multa.
A pena também é semelhante a pessoas que interrompem serviço “informático, telemático ou de informação de utilidade pública”. Ela pode, ainda, ser duplicada caso o crime tenha ocorrido em situação de calamidade pública, segundo o artigo 266 do Código Penal.

Mas, apesar disso, Paulo explica que nem sempre é fácil chegar a origem dos ataques.
“Muitas vezes os responsáveis se escondem para realizar o ataque. Eles usam a rede de internet que fica próximo ao um restaurante, supermercado, então é mais difícil localizar com exatidão o local onde ele partiu. Porém, com o tempo, se ele faz várias vezes, acaba deixando rastros, o que pode facilitar na busca”, explica.
Ele destaca, ainda, que, as vezes, os invasores são pessoas que estão querendo “brincar na internet” e não tem a noção dos danos que esses ataques podem gerar.
“Os ataques passam uma suposta sensação de que não vai haver problemas. Porém, não existe mundo virtual, tudo é mundo. Então, uma ofensa que você faz na internet continua valendo para o mundo real”, explica.
Trocar senhas e identificar participantes são alternativas para evitar ataques
Apesar do aumento no número de ataques, há medidas que podem ser tomadas para evitar o problema. Além da tradicional dica de manter as senhas atualizadas, ter a identificação das pessoas que vão participar dos eventos também ajuda no controle, segundo o especialista.
“Quando você tem um evento fechado, onde para entrar a pessoa necessita de um e-mail ou senha, é mais fácil realizar o controle e evitar ataques. Porém, quando se divulga o link público, para uma palestra por exemplo, há mais chances de hackers invadirem a transmissão”, conta.
Veja dicas para garantir a segurança:
- Identificar quem vai participar do evento, com preenchimento de cadastro, usuário e senha;
- Plataformas pagas dão maior proteção aos participantes;
- Não entre em sites com conteúdo duvidoso;
- Não repita a mesma senha e o mesmo usuário;
- Senhas novas e fortes são importantes para garantir a segurança;
- Evite se expor nas redes sociais. Isso facilita para que as pessoas usem seus dados.
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