Investigação do estupro coletivo de rapaz em Florianópolis já dura 40 dias; o que se sabe
Previsão é que os trabalhos sejam concluídos ainda nesta semana; por conta do trauma, vítima passa por tratamento psicológico intensivo
As investigações que apuram o estupro coletivo de um rapaz homossexual em Florianópolis já duram 43 dias. O crime ocorreu no dia 31 de maio, no Centro da capital catarinense, quando a vítima de 22 anos foi torturada e estuprada por um grupo de homens.

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Os agressores também escreveram palavras homofóbicas no corpo e enfiaram objetos no ânus da vítima. Informações preliminares dão conta de que um grupo com cerca de três homens cometeu os crimes. A vítima foi encontrada no meio da rua.
Ele ficou internado por uma semana e agora está com a família, recebendo atendimento psicológico intensivo. A informação foi confirmada pela advogada e presidente da Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero da OAB/SC (Ordem dos Advogados do Brasil), Margareth da Silva Hernandes.
Hernandes também acompanha o andamento das investigações. Segundo a advogada, a previsão é que o inquérito seja concluído ainda nesta semana.
O procedimento foi instaurado pela 5ª DP (Delegacia de Polícia Civil de Florianópolis), que ainda cumpre diligências. O caso é conduzido pelo delegado Verdi Furlanetto e corre sob sigilo.
Repercussão internacional
A brutalidade do crime foi noticiada em pelo menos quatro jornais internacionais: os britânicos The Guardian e PinkNews. Também noticiaram o crime os sites Advocate (Estados Unidos) e a Rádio Continental, em Buenos Aires.
Eles enfatizaram o aumento dos crimes de ódio no Brasil, e utilizaram termos como “barbaridade”, “espirais de ódio” e “brutal” para classificar a agressão.
“Epidemia da violência: Brasil está em choque após estupro coletivo bárbaro de homem gay”, escreveu o Guardian. A matéria apresentou o ponto de vista de lideranças LGBT e de direitos humanos em Florianópolis e de outras regiões do Brasil.
Também foi realizada uma manifestação pelo fim dos crimes de homotransfobia no dia 12 de junho, em Florianópolis. O ato foi convocado pelo grupo Mães pela Diversidade de Santa Catarina.